Para pessoas com fibrilação atrial (afib), os médicos geralmente recomendam limitar a cafeína porque ela pode acelerar a frequência cardíaca. Mas um estudo recente sugere que o consumo diário de café pode realmente ajudar a reduzir a frequência de episódios de fibrilação atrial em pessoas já diagnosticadas com a doença.
A fibrilação atrial é um distúrbio comum do ritmo cardíaco que afeta cerca de 10,5 milhões de americanos – aproximadamente um em cada 20 adultos. Interrompe o batimento regular do coração, aumentando o risco de coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e outras complicações. Embora existam tratamentos, o manejo eficaz da fibrilação atrial geralmente envolve mudanças no estilo de vida.
Esta nova pesquisa inverte o roteiro dos conselhos anteriores. Um ensaio clínico randomizado envolvendo 200 participantes nos EUA, Canadá e Austrália descobriu que aqueles que bebiam pelo menos uma xícara de café com cafeína diariamente experimentaram um risco 39% menor de episódios recorrentes de fibrilação atrial em comparação com aqueles que se abstiveram totalmente de café.
Aqui está o que o estudo revelou:
- Participantes: Aproximadamente dois terços eram homens, com idade média de 69 anos. A maioria tinha histórico de consumo regular de café e fibrilação atrial, e cerca de metade já tomava medicamentos para fibrilação atrial. Todos os participantes já haviam sido submetidos à cardioversão – um procedimento para restaurar o ritmo cardíaco normal.
- A análise: Durante seis meses, um grupo bebeu pelo menos uma xícara de café com cafeína diariamente, enquanto o outro evitou.
- Resultados: 47% daqueles que continuaram a beber café tiveram episódios de fibrilação atrial ou vibração, em comparação com 64% no grupo que parou de consumir cafeína.
É importante ressaltar que as taxas de hospitalização por insuficiência cardíaca ou acidente vascular cerebral permaneceram semelhantes em ambos os grupos.
Por que isso é importante : Embora estudos observacionais anteriores tenham sugerido uma possível ligação entre a cafeína e a redução do risco de fibrilação atrial, este estudo randomizado fornece evidências mais fortes, de acordo com o Dr. Omar K. Siddiqi, especialista em medicina cardiovascular da Escola de Medicina Chobanian e Avedisian da Universidade de Boston.
Dr. Gregory Marcus, principal autor do estudo da UCSF Health, enfatizou que “os efeitos da cafeína na saúde geralmente têm sido compreendidos usando desenhos de estudo falhos, ou seja, estudos observacionais – e não ensaios randomizados”. Esta nova pesquisa aborda esta lacuna, fornecendo dados mais robustos.
Nuances importantes:
- Sensibilidade Individual: Embora essas descobertas sejam encorajadoras, é crucial lembrar que a cafeína afeta as pessoas de maneira diferente. Aqueles cujas arritmias são desencadeadas pela cafeína ainda devem limitar a ingestão conforme recomendado pelo médico.
- Limitações do estudo: Os participantes relataram o consumo de café, o que pode apresentar imprecisões. Além disso, o estudo envolveu um tamanho de amostra relativamente menor e não foi cegado (os participantes sabiam a atribuição do tratamento).
Conclusão : Este estudo sugere que para aqueles com fibrilação atrial que já gostam de café, o consumo diário moderado provavelmente não piorará sua condição e pode até ser benéfico. No entanto, são necessárias mais pesquisas para confirmar essas descobertas e explorar os efeitos de diferentes níveis e tipos de cafeína no risco de fibrilação atrial. Como sempre, consultar o seu médico sobre a sua situação específica continua a ser essencial.






























